Nos dias que antecederam os Jogos Olímpicos, os ingleses agiram de forma mais desinibida, agitando bandeirinhas, aplaudindo e correndo atrás da tocha, feito crianças.
Alguns até já foram vistos puxando assunto com estranhos. Segundo a revista semanal “Time Out”, estima-se que, agora, um em cada quatro londrinos planeja faltar ao trabalho alegando algum tipo de doença, só para poder assistir aos Jogos pela tevê.
A London Eye, emblemática roda-gigante à beira do rio Tâmisa, também tem sido um termômetro do ânimo da metrópole em relação à Olimpíada ora em curso.
A empresa EDF Energy desenvolveu um algoritmo para captar o espírito dos britânicos durante o evento a partir de posts no Twitter.
O código diz converter emoções em movimentos e cores no espetáculo de luzes “Energy of the Nation”, exibido todas as noites às 21h. E, diariamente durante os Jogos -que acabam em 12 de agosto-, aumenta a quantidade de luzes amarelas (emoções positivas) em relação às esverdeadas (neutras) ou arroxeadas (negativas).
Desde junho, a Regent Street já estava paramentada com gigantescas bandeiras e o lábaro brasileiro fica bem na esquina com a Oxford Street, ao lado de Bolívia, Bósnia Herzegovina, Botswana e Brunei (a ordem é alfabética).
Gigantescos anéis olímpicos foram instalados na Tower Bridge e no saguão principal de St. Pancras, a principal estação de trem.
Quem chegou de avião pelo aeroporto de Heathrow foi recebido por enormes anéis de 300 metros de largura entalhados na grama do Richmond Park, a oeste de Londres. Também as estações de metrô que, menos lotado do que se esperava durante os Jogos, ganharam placas cor-de-rosa apontando os estádios e instalações do evento.
Na Primark, a loja de departamentos mais popular de Londres, uma versão perene da 25 de Março na véspera do Dia das Mães, há muita gente atrás de ofertas. Turistas brasileiros disputam a tapa com visitantes asiáticos camisetas com a “Union Jack”, a bandeira britânica, bordada em lantejoulas.
Seguranças indianos tentam não ser atingidos pelo vaivém de sacolinhas de uma marca da rede de varejo irlandesa que vende 575 mil peças de roupa por dia.
Londres em Tela
No Hyde Park e no Victoria Park, foram instalados telões para as transmissões ao vivo de alguns dos principais eventos dos Jogos Olímpicos. O espaço, apelidado de BT London Live, também será palco de shows diários de música, prática de esportes menos conhecidos (badminton, lacrosse, críquete, rúgbi em cadeira de rodas) e a Zona dos Fãs, onde os medalhistas britânicos se encontram com o público e celebram suas conquistas.
E se durante a transmissão da cerimônia de abertura, que foi vista por 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, houve shows de bandas como Stereophonics e Duran Duran, no encerramento será a vez de Blur e New Order.
O McDonald’s, um dos patrocinadores do evento, lançou uma campanha publicitária elencando os principais tipos de torcedores: do “chorão” ao “agitador de bandeiras”, passando pela “nervosa que espia através dos dedos”, a “abanadora lateral de braços” e a “moça do vamos-lá-vamos-lá-vamos-lá”.
Mas Londres também tem atrações paralelas como o London 2012 Festival (festival.london2012.com), que reúne milhares de eventos nas áreas de música, teatro, cinema, dança, acrobacia, artes plásticas, exposições e performances.
Esse festival, que teve início no dia 21 de junho, vai até 9 de setembro e tem 10 milhões de ingressos gratuitos. Além disso, alguns museus e monumentos londrinos têm horários estendidos agora, durante os Jogos.
Fonte: FOLHA Turismo