Os holofotes do mundo se voltaram para Botsuana, país do sul da África, quando o rei da Espanha, Juan Carlos, fraturou o quadril caçando elefantes. O rei foi criticado pelos espanhóis por gastar milhares de euros em seu lazer, enquanto a Espanha vive uma crise econômica, mas também pelos ecologistas, já que Juan Carlos apadrinha em seu país uma das maiores ONGs ecologistas do planeta, a WWF.
Deixando as polêmicas de lado, o rei não escolheu este destino por acaso. Enquanto países como Quênia, Tanzânia e África do Sul são os mais escolhidos pelos turistas para um safári e avistar os principais animais africanos, o Botsuana se mantém como um segredo relativamente bem escondido da África.
Por exemplo, Gaborone é uma cidade vibrante, com bons restaurantes, bares e baladas divertidas, e galerias e museus de arte, como o Museu Nacional.
Mas é claro que ninguém visita este país para conhecer suas cidades: as maravilhas do Botsuana estão ao largo de seus mais de 580 mil km² de superfície. O principal destino turístico encontra-se no delta do Okavango, maior delta interior do planeta, com uma área de mais de 15 mil km² de savana e com canais que formam ilhas habitadas por zebras, girafas, elefantes, hipopótamos, e muitos outros animais, como os rinocerontes, reintroduzidos recentemente.
Na região, é possível fazer todo tipo de safáris, desde os mais tradicionais, em veículos 4 x 4, até outros menos comuns, como safáris em canoas, a cavalo, ou até montando elefantes, e hospedando-se em algum dos numerosos lodges espalhados pelo delta.
No nordeste do país, o Parque Nacional de Chobe, atravessado pelo rio homônimo, é considerado o paraíso dos elefantes do país, com mais de 60 mil destes animais. O parque, que tem mais de 400 espécies de animais, é também um refúgio para búfalos, hipopótamos e gazelas.
Chobe tem uma ótima infra-estrutura, com lodges confortáveis ao redor da cidade de Kasane e acampamentos espalhados pela reserva, próxima da fronteira do Botsuana com o Zimbábue, a Zâmbia e a Namíbia, e a menos de 70 km das cataratas Victoria. Um jeito bacana e diferente de percorrer o trajeto de Kasane até as cataratas e conhecer o parque de Chobe é pedalando em circuitos de mountain-bike, abertos durante o ano inteiro.
O Botsuana também tem em seu território partes do deserto do Kalahari, onde se encontra a Reserva do Kalahari central que, com seus mais de 52 mil km², é uma das maiores do planeta. O parque foi aberto ao turismo apenas em 1998, o que deu muitos anos para uma impressionante preservação de sua flora e, principalmente, sua fauna, que conta com girafas, leões, hienas, e outros animais, além de populações aborígenes da tribo dos San. O parque tem em seu interior as colinas de Tsodilo, ponto culminante do país, com o maior de seus picos que chega a uma altura de 1,4 mil metros. Mas além da beleza do cenário, o verdadeiro interesse das colinas de Tsodilo são suas mais de 4,5 mil pinturas rupestres.
E as atrações do Botsuana não acabam ali. Os desertos salinos conhecidos como os Makgadikgadi Pans, numa área de mais de 12 mil km², habitados por milhares de flamingos, valem muito a visita. Também o parque de Kgalagadi, na fronteira entre Botsuana e África do Sul, e a pequena, mas não menos maravilhosa, reserva de Tuli Block, com 75 km², são opções para entrar em contato com a natureza em ambientes preservados e isolados do grande turismo.
Empresas como And Beyond, Namikala Botswana e Wilderness Safaris são algumas das que organizam safáris e excursões nas diferentes regiões do Botsuana.
Fonte: TERRA Turismo