“O Que o Dinheiro Não Compra” apresenta alguns absurdos criados pelo excesso de dinheiro e pela falta de bom-senso. Caso tenha 150 mil dólares –e nenhuma consciência ecológica–, você pode matar um rinoceronte-negro, espécie que chegou a ser declarada oficialmente extinta em 2011. Se for um mês ruim, pode lançar uma tonelada métrica de gás carbônico na atmosfera pela bagatela de 18 dólares. Uma pechincha.
E as aberrações não param por aí. Quase tudo está à venda.
Combater na Somália ou no Afeganistão num contingente privado, é claro, pode ser uma aventura inesquecível para quem desembolsar mil dólares por dia.
Se a carteira está vazia, vender também é uma opção. Algumas empresas pagam mais de 700 dólares para quem tatuar a sua logomarca.
Na índia, uma barriga de aluguel chega aos US$ 6.250. Sem estrias como efeito colateral, servir de cobaia humana para novos medicamentos nos Estados Unidos rende mil dólares a mais.
Escrito por Michael J. Sandel, professor da Universidade de Harvard, nos EUA, e professor-visitante da Sorbonne, em Paris, o livro não é um conjunto de curiosidades sobre o esbanjamento ou um tributo à imbecilidade humana.
O que Sandel quer provar é que, quando tudo se transforma em mercadoria, a humanidade está em um caminho perigoso. Não apenas para os indivíduos, mas, principalmente, para a sociedade –quando alguém resolve comprar o poder público, por exemplo.
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“O Que o Dinheiro Não Compra: Os Limites Morais do Mercado”
Autor: Michael J. Sandel
Editora: Civilização Brasileira
Páginas: 240
Quanto: R$ 24,00 (preço promocional*)
Fonte: FOLHA Turismo