Bayard Boiteux

O Brasil, o Turismo e as forças políticas

Bayard Do Coutto Boiteux

Poucos países no mundo possuem a diversidade de belezas naturais e culturais que encontramos em território nacional.O Brasil sempre esbanjou alegria e vontade de viver,mesmo em seus recantos mais desfavorecidos,com a música e o gingado herdados de nossa colonização africana,misturada com a européia e com uma força indígena,presente,embora muito pouco reverenciada.

No entanto,vemos diariamente que estamos perdendo competitividade no mercado internacional e não conseguimos superar os problemas das grandes cidades,como o caos no trânsito,falta de segurança ,população de rua,desemprego e uma escola sem real direcionamento,para as necessidades da população.

Os governos passam,as promessas são apresentadas e os resultados são pequenos.A diferença entre ricos e pobres cresce cada vez mais,os programas de cunho assistencialistas não deixam de aumentar e sofremos da pouca transparência dos recursos públicos e privados.

Em poucos anos,vimos o transporte aéreo se diluir em crises constantes.A Vasp,depois a Tranbrasil,a Varig e assim vai caminhando nossa aviação.A Anac não decolou e o DAC deixa saudades.As tarifas são cada vez menos competitivas e por razões que o coração desconhece,não surgem as low fare low cost,que hoje são responsáveis, por exemplo,na Europa,pela grande diversidade de tarifas.E a possibilidade de companhias aéreas internacionais voarem em alguns trechos,a famosa sexta liberdade do ar,permitiria uma revisão de algumas tarifas publicadas.

A Hotelaria carece de novos investimentos.A entrada de cadeias internacionais beneficiou a melhoria de qualidade das nacionais mas traz um modelo bem estruturado,que deixa a média e pequena hotelaria cada vez mais preocupadas.Os cruzeiros que invadem a costa brasileira e que tem se mostrado como uma forma de acesso a novas formas de conhecimento do país e dos mecanismos de entretenimentos causam também sobressaltos,pois falta criatividade aos demais prestadores de serviço.É um setor ainda pouco entendido.

A prestação de serviço foi se adequando também a um cliente pouco exigente.Com exceção de São Paulo e algumas cidades do sul,há um misto de confusão entre respeito profissional e humano com afeto familiar.Recente consultoria dada a um restaurante carioca,em bairro de alto poder aquisitivo trouxe a tona,que a forma de se dirigir aos colaboradores das diversas empresas ,de forma muito pouco convencional acaba confundindo o conceito de servir com o de ser escutado psicologicamente.

Tais reflexões servem para entendermos um pouco melhor,sem grandes profundidades,os esforços que podemos desenvolver .se desejarmos mudanças.O primeiro é de gerenciamento e aplicação de recursos públicos.Em nenhum momento se obriga um político,que venceu as eleições pelo voto popular a utilizar apenas técnicos.O técnico é um lado profissional para o desenvolvimento de políticas mas precisamos de gestores.Gestores administrativos e financeiros,que saibam acompanhar e priorizar os parcos recursos disponíveis,de forma participativa.

A participação dos conselhos,tanto nas administrações públicas e privadas,pode gerar novos caminhos.As idéias incubadas em cabeças pensantes são instrumentos de desenvolvimento.A cidade sustentável é fruto da integração de seus habitantes aos processos administrativos e sobretudo aos formatos de interação dos programas com as necessidades diárias da vida em sociedade.

O transporte é nosso desafio.O metrô é a solução e a criação de trens entre os grandes certos urbanos.O espírito solidário do transporte particular também deve ser levado em conta,além da revisão do transporte concedido e das integrações metro/ônibus/trem .Curitiba precisa ser observada como um case de sucesso e entendida dentro das especificidades das outras metrópoles.

Não podemos perder em nenhum momento as esperanças,nossa vida tem que ser uma luta continua mas vamos nos ater a alguns aspectos simples: iniciação escolar ao turismo em todo o território nacional,aproveitamento das faculdades de turismo e hotelaria,como incubadoras,realização de pesquisas constantes para avaliar a prestação de serviço e obter dados dos fluxos turísticos,plano de sinalização turística,programa de acesso real dos brasileiros ao turismo,programa nacional de segurança turística,programa de capacitação dos gestores públicos brasileiros ,regulamentação do bacharel em turismo e hotelariae a criação de postos de informações turísticas volantes com alunos de turismo ,entre outros.

Um dos nossos aspectos mais favoráveis é a promoção do Brasil,no exterior.Feita com profissionalismo e dinamismo,deveria apenas rever a marca Brasil,que é confusa e muito colorida.No entanto,os municípios tem que participar mais efetivamente das feiras nacionais e internacionais,dos workshops,roadshows e ,da confecção de material promocional.

A meta da criação de 67 destinos turísticos de qualidade,que espero não seja igual a dos 9 milhões de turistas que o Brasil iria receber passa antes de mais nada,por algumas providências mencionadas,que se por acaso existem no papel,ficaram paradas nas burocracia e se inexistem,podem ser repensadas.

Um momento de reflexão e de auto crítica é sempre possível e salutar.O Brasil pode estar entre os 10 maiores destinos turísticos do mundo.É só começar pela gestão e pela melhoria de qualidade de vida do brasileiro.

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