Bayard Boiteux

Passeio guiado em SP bate recorde de turistas na primeira semana de Copa

Tour acontece no Centro e na Av. Paulista; duração é de 3h30. Não há preço fixo; participantes dão apenas gorjetas no final.

ma longa fila de turistas se formou na praça da República na manhã de quarta-feira (11). Eram estrangeiros dos cinco continentes que esperavam para participar do SP Free Walking Tour, um passeio guiado pela cidade, que bateu recorde de público na véspera da abertura da Copa do Mundo.

Foram mais de 180 participantes em apenas um dia – geralmente, o público não passa de 70 pessoas. Rafael Freitas, fundador e guia do tour, até esperava um aumento na demanda devido ao Mundial – tanto que criou uma saída extra a cada dia para o período do evento –, mas ficou surpreso com a quantidade de interessados.

Um dos atrativos do passeio é o fato de ser gratuito – ou, ao menos, de não ter um preço fixo. “Na verdade, a gente define o sistema como ‘pague quanto acha que vale’. No fim do tour, a pessoa define o quanto quer dar de acordo com a experiência e com o bolso dela. Ela pode não pagar nada ou pode dar 50 reais se quiser”, diz Rafael, que criou o SP Free Walking Tour em 2011, inspirado por experiências parecidas existentes em várias cidades do mundo.

Segundo ele, no fim das contas “todo mundo deixa” alguma coisa – a média é de R$ 15 a R$ 20 por pessoa.

Conduzido por guias credenciados, o passeio dura em torno de 3 horas e meia, com intervalo de 20 minutos para lanche. Há dois roteiros, que se alternam em diferentes dias da semana: pela Avenida Paulista e pelo Centro.

Todas as informações são dadas em inglês. Em meio a dados históricos sobre cada monumento, os guias tentam incluir curiosidades locais, dicas e um pouco de humor.

Na Praça da Sé, por exemplo, Rafael brinca com a superlotação da estação de metrô Sé e recomenda que os turistas “nunca” entrem lá em horários de pico.

Em outro momento ele mostra um papel com os nomes “Vila Madalena” e “Rua Augusta” escritos em tamanho grande, para quem quiser fotografar para se lembrar de duas regiões que ele indica para aproveitar “uma das melhores vidas noturnas da América Latina”.

Australianos, iranianos e até brasileiros

Em geral, o tour é mais procurado por europeus, especialmente alemães. Nesta semana, havia pessoas vindas de todo o canto do mundo para ver a Copa: iranianos, croatas, colombianos e indianos, entre outros – além de muitos, muitos australianos.

Moradores de Sydney, Zoe Wanschers, Andrew Dind e Tim Brooks, por exemplo, vão assistir a jogos do Mundial em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio. Eles já tinham feito tours gratuitos parecidos em outros países e resolveram experimentar o de São Paulo. “É um ótimo jeito de conhecer uma cidade”, disse Zoe, que tem 22 anos e é estudante.

A americana Jaisa Dominguez e suas amigas colombianas Nohelia Orozco e Kenia Perez também quiseram experimentar o tour. “É uma grande oportunidade de conhecer a cidade, e sendo grátis, é melhor ainda”, disse Jaisa.

Devido ao idioma do tour, os brasileiros são minoria entre os participantes. Mas alguns gostam de ir até para treinar o inglês, caso da professora de educação física Carolina Preccaro, de 22 anos. Paulistana, ela nunca tinha feito um tour em sua cidade natal, mas resolveu ir sozinha ao SP Free Walking Tour nesta semana. “É ótimo para o ‘listening’ [entendimento do idioma falado]. Muito melhor aprender assim, na prática”, afirmou.

Informações sobre locais e horários de saída dos tours podem ser vistas neste link: (http://spfreewalkingtour.com/).

Fonte: G1

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