Bayard Boiteux

Harlem se distingue por cultos gospel e gastronomia ‘soul’

Um bar em cada esquina e uma igreja em cada quadra. Esse antigo ditado local busca retratar o Harlem, bairro ao norte de Manhattan, aquela região no mapa logo acima do Central Park.

Pode parecer excêntrico, mas muitos turistas procuram os cultos -as igrejas por lá são principalmente batistas- como parte das atrações no bairro. Há, inclusive, cerimônias religiosas com hip-hop, que acontecem nas noites de quinta-feira.

Se essa for sua praia, tente o impossível: não dê, na cara, uma de turistão. Em outras palavras, não saia distribuindo flashes e cliques de sua máquina fotográfica.

O Harlem foi -e ainda é- um reduto da cultura afro-americana em Nova York. Música, dança, arte, letras, educação. Exploraram esses campos por lá gente como a cantora Billie Holiday (1915-1959), que começou sua carreira nos bares do bairro, e o escritor estadunidense James Baldwin (1924-1987).

Uma maneira de iniciar um tour mais tradicional pelo Harlem é pegar a linha 1 vermelha e descer na parada 116 St/Columbia University.

De lá, bata perna pelo bairro caminhando sentido leste, cruzando as escadarias do parque Morningside -aproveite a vista panorâmica antes de descer os degraus.

É depois do parque que as ruas se tornam mais interessantes, com moradores batendo papo e muitos -a impressão é que há um em cada quarteirão- salões de cabeleireiro especializados em cabelo afro.

Na avenida St. Nicholas, pare no Make My Cake (www.makemycake.com ). Os bolos, altos, têm sabores como chocolate, baunilha com morango e o tradicional “red velvet cake”, com camadas de recheio e cobertura de creme de baunilha ou “cream cheese”. Fatias variam de US$ 3 (R$ 5,73) a US$ 5 (R$ 9,55).

As receitas, dizem eles, estão na família há décadas e combinam tradições do Mississipi e do Alabama.

CHEF-CELEBRIDADE
O Harlem está forrado de restaurantes focados em “soul food” (pratos afro-americanos, frequentemente do sul dos EUA). Um exemplo tradicional é o Sylvia’s (www.sylviassoulfood.com ).

Na mesma rua está o Red Rooster (redroosterharlem.com ), do chef-celebridade -pelo menos por lá- Marcus Samuelsson, ganhador da segunda temporada do programa “Top Chef Masters”. Entendeu? Faça reserva antecipada ou se prepare para uma (longa) fila de espera.

Se tiver paciência, ela valerá a pena quando chegar, à mesa, o enorme e suculento lombo de porco (US$ 31; R$ 59,14), servido com ragu de cogumelos. O macarrão com queijos e legumes (US$ 18; R$ 34,34) vem gratinado e é uma opção mais em conta que serve bem uma pessoa com apetite.

Fonte: FOLHA Turismo

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