Bayard Boiteux e Mauricio Werner
A Aviação comercial brasileira passa por uma nova crise.Desta feita,diferente,pois atinge a maior empresa de passageiros,a nossa Varig. O governo não pode neste momento assumir uma postura extremamente rígida,quando se trata da empresa,que prestou relevantes serviços ao turismo nacional e que tem que ser poupada.Não temos hoje ninguém em condições de substituí-la e o mercado está apavorado pelas notícias ,muitas infundadas,que atestam a morte da VARIG.
Durante muitos anos,a única forma de divulgarmos o Brasil foi através da Varig,que sempre colocou suas lojas no exterior à disposição do governo brasileiro.Inclusive,a falta de material promocional era sanada também pelos esforços inmensuraveis da estrela brasileira.A participação nas feiras internacionais de turismo só era viável,para a Embratur,pelo aporte da Varig,nos stands e pela gratuidade que fornecia para o transporte oficial das delegações brasileiras.A memória do Brasil é tão curta?
Por ouro lado,o profissionalismo da tripulação e a segurança das aeronaves sempre foram motivos deorgulho,para os brasileiros e permitiram a fixação de uma imagem institucional ,de qualidade e bem servir,o que gerava um certo desconforto na concorrência,para não dizer inveja.Quando atuamos na Varig,há exatamente 27 anos,lembro-me da filosofia da empresa”O passageiro é a pessoa mais importante pois ele paga nosso salário”,já demonstrando aquela época,o foco no consumidor.
Devemos confessar que a troca constante das equipes diretivas nos últimos anos e uma guerra interna pelo poder não permitiram um avanço mais linear nas políticas da empresa e a prejudicaram,sem no entanto afetar as diretrizes de capacitação,qualidade e técnicas de satisfação do consumidor externo e interno.É bom sempre ressaltar que a empresa pertence aos colaboradores e que seus funcionários sempre assumiram lugar de destaque na conduta dos rumos da Varig,com uma menção especial a Fernando Pinto,Comandante Martins e Oswaldo Trigueiros. Hoje,a administração do presidente Bottini,cujo passado é exemplo para a aviação,deseja apenas uma flexibilidade dos credores nacionais,como a Infraero e a Br Distribuições.Não é nenhum favor.Quando,por exemplo a Petrobrás resolveu produzir querosene para a aviação,a Varig optou pela empresa brasileira,em detrimento da Shell e Esso,com quem mantinha uma parceria.
Concordamos que o governo não pode ficar socorrendo empresas mas criar planos,a priori,para uma possível quebra da Varig não parece uma posição salutar,para o presidente Lula,que resolveu priorizar o turismo em nosso país e criou um Ministério e um plano nacional,que só pode ser viabilizado com o apoio decisivo da nossa Varig. Todos nós,profissionais de turismo,estamos criando uma grande corrente,para salvar a Varig.É o momento de aumentarmos nossas vendas e sobretudo de tranqüilizarmos nossos clientes pois nos céus brasileiros,ela há de continuar voando e nos lembrando do seu papel primordial na vida e deslocamento de turistas nacionais e internacionais,homens de negócios e as autoridades de Brasília.
A Varig é nossa….
Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem o curso de Turismo da UniverCidade www.univercidade.br.