Bayard Boiteux

Herat é oásis de tranquilidade em meio à violência do Afeganistão

Você nunca imaginou pôr os pés no Afeganistão, não é? Iêmen, Irã ou Timor Leste até vai, um dia quem sabe, mas passear pelo território afegão seria pura insensatez, certo?

Nem tanto, se considerarmos apenas a região mais segura, calma e próspera do país. Isso mesmo: existe um canto do Afeganistão em que a vida segue em relativa normalidade e é possível chegar ao aeroporto, ficar num hotel e visitar monumentos.

Estamos falando de Herat, polo intelectual e comercial disputado por sucessivos impérios ao longo de seus 2.300 anos, hoje terceira maior aglomeração afegã.

No extremo oeste, a uma e hora e meia de carro da fronteira iraniana, Herat oferece exotismo sem os maiores riscos de uma zona de guerra.

Longe da violência de Cabul, a capital, e dominada pela etnia hazara, oposta ao grupo pashtun que originou o Taleban, Herat parece alheia ao restante do país.

No centro da cidade, verdejantes pinheiros costeiam avenidas bem pavimentadas, limpas e cheias de vida. Nem sinal de presença militar, ostensiva nas demais cidades.

Pessoas circulam tranquilamente entre pequenos comércios e lojas com vitrines reluzentes. Há ouro, pedras semipreciosas e peças de vidro soprado a preços irrisórios. O maior diferencial são as sedas: US$ 40 (R$ 81) por um tecido trabalhado à mão.

Da primavera ao outono, que se inicia agora, parques ficam tomados até a noite por famílias. Várias sorveterias estão espalhadas pela cidade, refletindo o sucesso de uma produção local que ganhou fama nacional.

Mesmo que Herat não seja Cabul em termos de risco, o visitante deve evitar andar sem guia local (disponíveis nos principais hotéis) ou se aventurar fora da cidade. Mas um pouco de planejamento basta para desfrutar de um destino surpreendente.

Fonte: FOLHA Turismo

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