Bayard Boiteux

São Luís modifica metodologia e praia poluída vira ‘limpa’

As praias de São Luís, interditadas desde abril por estarem poluídas, foram liberadas pelo governo do Maranhão após uma alteração na metodologia de coleta e análise da água do mar.
Os locais de coleta e o laboratório que mede o nível dos coliformes fecais foram substituídos, o que levou o Ministério Público a pedir explicações ao governo.

No feriado de 12 de outubro, o secretário estadual da Saúde, Ricardo Murad –cunhado da governadora Roseana Sarney (PMDB)–, tomou banho de mar com as netas na praia do Calhau.
O episódio foi tratado pela imprensa local como um marco da liberação das praias.

Os únicos locais ainda interditados são os que ficam em um raio de 300 metros das desembocaduras dos rios Calhau, Pimenta, Claro, Jaguarema e Olho de Porco.

“Para isso não é preciso monitoramento. Qualquer um sabe que perto da desembocadura [do rio poluído] está ruim, e longe, está bom”, afirma David Zee, professor da Faculdade de Oceanografia da Uerj.

Além dos pontos de coleta, o governo disse ter mudado o conservante do frasco que guarda as amostras. Também fez ação de conscientização em empreendimentos que lançavam esgoto na praia.

Segundo o promotor Fernando Barreto, o número de pontos de coleta foi reduzido. Todos ficam agora a mil metros da foz dos rios, que levam esgoto não tratado às praias.
Em abril, placas de interdição foram instaladas na orla, por ordem da Justiça Federal. Desde então, o turismo caiu.

Em setembro, a Secretaria do Meio Ambiente, que emitia os laudos de balneabilidade, pediu “uma contraprova” ao Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), ligado à Secretaria Estadual da Saúde.

Com apoio da Cetesb (companhia ambiental de São Paulo), o Lacen estabeleceu novos pontos de coleta de água.

Para o secretário da Saúde, o fato de não ter havido aumento em casos de doença de pele indicou que era possível rever os métodos de teste.

Fonte: Folha Turismo

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