Bayard Boiteux

Hotel icônico de Nova York pede objetos furtados de volta

O hotel Waldorf Astoria, um dos símbolos da opulência de Nova York, está recebendo objetos furtados por seus clientes durante mais de um século a fim de recriar a história do famoso estabelecimento em seu museu.

Na elegante Park Avenue desde 1931 -antes ocupava o local onde está o Empire State Building, na Quinta Avenida-, o Waldorf Astoria se destacou por mudar o conceito de hotel.

O local foi além da hospedagem e se converteu em um centro de encontros sociais dos mais abastados. Foi o primeiro hotel do mundo a ter um salão de baile.

De colherinhas de café e abridores de garrafa a objetos de grande valor, como bandejas e cafeteiras de prata, o hotel está recuperando pouco a pouco artigos de todos os tipos com um programa chamado “anistia”, em que recebe objetos enviados “sem fazer perguntas”.

O programa ocorreu oficialmente entre julho e setembro do ano passado, mas desde então o hotel segue recebendo envios em um bom ritmo. Até agora, foram recebidas 125 comunicações. Entre elas, 15 incluíram entregas “significativas”, segundo um porta-voz do hotel.

Um dos objetos devolvidos é uma cafeteira de prata que data de 1938. Um casal que passou a lua de mel no hotel a levou como uma recordação romântica, afirmou um dos herdeiros na nota junto com o artigo furtado.

Outro objeto recuperado é um suporte para copos dos anos 1950. A nota de quem o enviou diz que ele vem de um antepassado rico, conhecido pela generosidade com os necessitados, mas que também caiu na tentação de levar algo com o anagrama do hotel.

O maior objeto desaparecido é o vidro da ducha da suíte que o cantor Frank Sinatra e sua mulher Nancy tinham no hotel nos anos 1940.

Nesse caso, não parece que algum cliente tenha levado uma recordação volumosa demais para qualquer mala. Suspeita-se de algum dos empregados do hotel ou de alguma empresa de obras.

O hotel exibe os objetos e outros de sua coleção em seu pequeno museu e no website criado para ele, “Host of the World” (www.hosttotheworld.com).

O local abrigou inúmeros eventos sociais da alta sociedade nova-iorquina. De um deles vieram duas facas gravadas para um banquete, que a própria homenageada levou para casa como recordação, e que foram devolvidas por sua neta.

Também foi devolvida uma colherinha de café de 1925. Segundo o próprio hotel, houve uma época em que 25 mil colherinhas “sumiam” a cada semana, o equivalente a 90% do estoque do estabelecimento, que precisava repô-las constantemente.

Tradução de MARINA DELLA VALLE

Fonte: FOLHA

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