Bayard Boiteux

Site recém-lançado ajuda hóspedes a localizar objetos esquecidos em hotéis

Relógio, brinco, celular, óculos… A lista de coisas que hóspedes esquecem em hotel é bem longa.

E um site lançado no início do mês passado nos Estados Unidos promete ajudar esses turistas esquecidos.

O Chargerback (chargerback.com) nasceu depois que Brian Colodny esqueceu um carregador de celular no quarto de um hotel. “Cheguei em casa e liguei para a recepção, mas eles meio que deram risada de mim”, diz Colodny.

Ele pagou US$ 60 (cerca de R$ 120) por um novo carregador e esqueceu a história. Depois de um tempo, leu uma reportagem sobre a quantidade de itens que hóspedes deixam em hotéis.

Daí veio a ideia, e ele investiu em um site que ajudasse viajantes a encontrar seus pertences.

Funciona assim: você registra no site o item esquecido e o hotel faz o mesmo. O site cruza as informações e avisa o usuário que o objeto foi encontrado.

Uma vez localizado o objeto esquecido, o dono paga o frete (e, sobre esse valor, uma taxa para o site) e o hotel envia o produto. A vantagem, para o hotel, de devolver um item é, segundo o site, ganhar a confiança dos clientes.

De acordo com uma pesquisa feita pela empresa, roupas, livros, óculos, celulares, joias e relógios estão entre os itens mais esquecidos.

O mais esquisito, de longe, foi uma cobra. “As pessoas esquecem de tudo, mas essa ganhou de todas”, afirma Ranson Webster, CEO da companhia que criou o site. O animal foi esquecido na banheira de um resort em Reno, em Nevada, nos EUA.

Sobre planos de criar uma versão brasileira do site, Webster diz que a empresa está investindo na tradução para outras línguas e que tem conversado com hotéis de fora dos Estados Unidos. E já planeja expandir o serviço para companhias aéreas e locadoras de carro.

Cabelo, cabeleira
Enquanto por aqui não há um serviço como esse, os hotéis se viram para devolver objetos esquecidos.

O Hyatt, na zona sul de São Paulo, tem um espaço reservado para caixas de Sedex de vários tamanhos.

“Mas, por discrição, só devolvemos quando o cliente nos procura”, afirma Alessandro Cordeiro, gerente de serviço ao hóspede do hotel.

Se o hóspede mora na América do Sul, costuma pagar o frete para reaver o que deixou para trás. Mandar, via Sedex, um carregador de celular -são esquecidos, por dia, de quatro a cinco- de São Paulo ao Rio, por exemplo, sai por cerca de R$ 25.

O hotel não cobra nada; o cliente só paga o frete.

“Muitas vezes os hóspedes esquecem a aliança”, diz Cordeiro (o maior público do Hyatt é de executivos).

“Mas, entre os itens mais estranhos, foi uma peruca, castanha, superbem hidratada.” Há dois anos, uma hóspede ligou pedindo para que enviassem “seus cabelos” para a Pensilvânia, nos EUA.

“Não há uma regra sobre como o hotel deve proceder”, afirma Carlos Bernardo, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo.

“Mas objetos que não são procurados em até um ano costumam ser doados para instituições de caridade ou vendidos em bazar para funcionários, e a verba é revertida para eles.”

Fonte: FOLHA Turismo

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