Água, água por todos os lados. Aqui, doce; acolá, salgada; ao lado, em marolas; no horizonte, em barulhentas ondas. O amistoso encontro do rio São Francisco com o oceano Atlântico, marcando a fronteira entre Alagoas e Sergipe, é um espetáculo.
E o passeio até lá é uma das boas opções de viagem curta disponível para o turista que visitar Aracaju (SE).
Mas há outras, como o tour até a cinematográfica praia de Mangue Seco, que ganhou fama como cenário da novela global “Tieta”, inspirada em “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado.
A praia fica no litoral norte da Bahia, mas está a apenas 75 km de distância da capital sergipana.
Bem mais longo -e absolutamente imperdível- é o percurso até o cânion do Xingó. A viagem dura cerca de três horas, e o turista é recompensado com um delicioso banho nas águas verdes do lago, além de poder apreciar as formações rochosas que margeiam a água.
FAROL DO CABEÇO
A largura do rio chega a mais de mil metros, segundo conta o narrador do passeio de catamarã pelo delta do São Francisco. Em alguns pontos, parece até maior, é uma imensidão de água que dá até uma canseira: o viajante só vê o verde do mangue, lá longe, e o amarronzado do rio.
De vez em quando, uma areia branquinha que só ela nas margens alagoanas.
Quem usa os serviços de agência turística partindo de Aracaju viaja até Brejo Grande para tomar o barco. Na van, o passeio não chega a ficar desconfortável, mas é um alívio descer depois de cerca de 90 minutos de estrada.
Dá para tomar uma bebida no restaurante onde, mais tarde, será servido o almoço. Um pouco abaixo, na beira do rio, mulheres da comunidade local lavam roupas -o guia conta que há água encanada na cidade, mas que a população “prefere” fazer a lavação no São Francisco.
A brisa que vem do mar alivia o calor durante o passeio. O barco passa pelo casario antigo de Piaçabuçu, na margem alagoana do rio, e segue até o mar. Chega até o farol do Cabeço, passa perto de choupanas de uma vila inundada pelo rio e, finalmente, para numa prainha de areia fina.
TERRA DE LAMPIÂO
O encontro das águas se vê de longe: a massa líquida do São Francisco, a espuma das ondas do Atlântico, tudo muito “mexido” para que o barco possa chegar com segurança.
Mas não faz mal. Ali mesmo, na prainha, a água é quente, convidativa. Há que testar as pernas numa subida pelas dunas e também que circular por uma pequena feira de artesanato, em que bonecos de barro de Lampião e Maria Bonita se enfileiram nas barraquinhas.
O passeio acaba bem antes de o turista cansar de não fazer nada. Em contrapartida, chega-se cedo de volta à cidade, no final da tarde -e ainda há muito o que aproveitar em Aracaju.
Bem diferente é o espírito de quem retorna da viagem ao cânion do lago Xingó. É um passeio longo, cansativo, mas que vale a pena.
O melhor, pelo conforto, é escolher uma agência que faça o tour de ônibus; as cerca de três horas de viagem podem ser ainda mais penosas nos bancos de vans.
No percurso de mais de 200 km, tem-se uma visão menos praiana do Nordeste: campos crestados e vegetação pobre. O ônibus passa pelas impressionantes construções da hidrelétrica de Xingó.
Gostoso mesmo, porém, é saltar na água tépida do “Paraíso Talhado”, uma área no cânion cercada por redes e boias. Há, partindo dali, um rápido tour de bote para os lados mais estreitos do cânion.
Fonte: FOLHA Turismo