Após o atentado em Paris, ocorrido no dia 13 de novembro, caiu a procura por pacotes para Paris nas agências de turismo de Cuiabá. A queda na demanda por pacotes para um dos destinos mais procurados é evidente no setor e há agências que relatam uma redução de 10%, mas outros avaliam que a crise econômica – e não a sensação de insegurança na capital francesa – é a verdadeira responsável pela mudança de comportamento.
Os atentados em Paris no dia 13 de novembro deixaram 129 pessoas mortas e 221 feridos. As explosões de bombas ocorreram próximo ao Stade de France durante uma partida amistosa entre as seleções de futebol da França e da Alemanha. Além disso, ocorreram três ataques simultâneos na capital.
Segundo Ariane Kawate, supervisora de atendimento de uma rede de agências de viagens em Mato Grosso, é notória a queda de vendas após os ataques em Paris.
“Alguns passageiros que compraram, decidiram mudar o destino, pois não querem se arriscar”, disse. Quanto ao valor das passagens, ela relatou que, mesmo com baixa procura, houve aumento recentemente por causa da alta temporada
Já o gerente comercial de uma agência localizada no centro da capital, Giberto Seiji, contou que no mês passado o número de passagens comercializadas foi maior. “[As vendas] diminuíram cerca de 10% entre outubro e novembro”, lamentou.
Desistência
A enfermeira Elaine Coelho, que mora em Juara, a 690 km de Cuiabá, é parte do contingente de turistas que desistiram do destino europeu. Ela resolveu cancelar a viagem a Paris, marcada para esta quarta-feira (2). “Eu e meu marido iríamos ficar cinco dias lá. Mas, como o governo decretou alerta máximo, mudamos o destino da viagem. Ficamos apreensivos e com medo”, contou.
O destino e a data da viagem foram alterados. Agora, o casal irá para Portugal em janeiro do ano que vem.
“A gente não iria desistir, pois já tínhamos comprado todos os passeios. Mas, infelizmente, vai ficar para uma próxima vez, até mesmo porque eu não aproveitaria – pelo medo e insegurança e pelo risco de chegar lá e ter novos ataques”, explicou.
Crise
Por sua vez, o gerente administrativo Vandinei Pimentel, de outra agência de viagens na capital, avalia que os atentados terroristas não são a causa principal da queda nas vendas. “Com a crise, quem tem, não quer gastar; e, quem não tem, não pode gastar”, resumiu.
Na agência em que ele trabalha, diminuiu não só a procura por passagens para o exterior. E a queda na demanda em geral vem ocorrendo nos últimos cinco anos.
“Antes da Copa no Brasil [em junho de 2014], as vendas eram melhores. Fizemos uma pesquisa que mostra a queda de 22% das vendas nos últimos cincos anos, mas este é um dos piores anos”, enfatizou.
Fonte: O Globo