O think tank americano Oakland Institute denunciou nesta quinta-feira (10) que dezenas de milhares de membros da tribo Massai de uma área próxima a um parque nacional na Tanzânia foram despejados da região para beneficiar o turismo.
O relatório do Instituto denuncia que os massai da região de Loliondo, próximo à área de conservação natural e atração turística que engloba a cratera de Ngorongoro, tiveram suas casas queimadas e têm sido impedidos de acessar a região para pastorear gado e coletar água em poços.
Os massai, presentes no sul do Quênia e em partes da Tanzânia, precisam de terra para pastorear seu gado e manter seu estilo de vida pastoril.
O relatório cita testemunhas locais que acusam duas empresas que realizam safari na região de prejudicar os massai. Uma delas é a Tanzania Conservation Limited, uma afiliada da Thomson Safaris, sediada nos EUA, que estaria impedindo o acesso deles ao local.
A outra empresa citada é a Ortello, um grupo que organiza viagens de caça para a família real dos Emirados Árabes Unidos, que teria queimado casas. Apesar de ter perdido sua licença no ano passado, a OBC continua ativa na região, de acordo com o think tank americano.
A Thomson Safaris se pronunciou sobre o relatório afirmando que “as terríveis alegações de abuso são simplesmente falsas”. A empresa investe da Tanzânia “de boa fé”, disse seu presidente Rick Thomson em um e-mail enviado à AP nesta quinta.
O Secretário de Turismo da Tanzânia Gaudence Milanzi negou que os massai sejam atacados, afirmando que o governo está trabalhando para melhorar o seu bem-estar ao adotar métodos modernos para o pastoreio de gado.
Preocupações acerca dos massai têm sido levantadas dentro e fora da Tanzânia por grupos como o Grupo Internacional de Direito das Minorias e o Survival International, que já alertou que a tomada de terra “pode significar o fim dos massai”.
Fonte: G1