Embora o primordial seja o “hoje“, ou seja, salvar vidas, buscar soluções para os mais vulneráveis, participei de uma live com a Viviane Fernandes sobre o day after da pandemia. Vimos, em conjunto, três grandes cenários: o turismo doméstico, o receptivo internacional e o exportativo e surgiram alguns consensos.
No tocante ao turismo doméstico, é preciso iniciar o planejamento de campanhas publicitárias unindo todos os prestadores de serviços turísticos por regiões em que todos os integrantes da cadeia produtiva estejam presentes e que se entenda que os produtos podem se completar. Para que não haja uma guerra tarifária, deveremos padronizar os preços e buscar diferencial na prestação de serviço. E um momento de muita solidariedade do trade turístico, sentimento que estamos aprofundando e cultivando e de muita humildade no tocante a importância de cada produto. Tudo, exatamente tudo, que foi construído tem que ser priorizado e prestigiado. Não é um sonho não ,é a realidade que o momento finalmente nos mostrou.
Os deslocamentos também serão instituídos no conceito car distance que vi numa entrevista do novo presidente da Turis-Rio de destinos próximos que não ultrapassem duas horas, no máximo três das cidades emissoras. Demos como exemplo o Vale do café no Rio de Janeiro, com suas fazendas, exuberância da mata Atlântica, gastronomia, café, comércio especializado, legado cultural e histórico que poderá formatar inúmeros roteiros com ou sem pernoite. O consumidor vai querer unir liberdade e experiência cultural e de afeto.
Falamos também do novo formato das empresas que terão um modelo muito mais democrático de gestão, com a participação dos colaboradores segundo suas especificidades e que poderão contribuir muito com sugestões de uma governança positiva de prazer mútuo do passageiro e daquele que presta serviço. Aprendemos para sempre que tudo tem seu tempo e nada é para ontem. A pressão vai desaparecer pois sabemos que ela nos adoece e precisa ser dimensionada muito bem no planejamento das futuras ações. Muito mais que delegar, administraremos juntos e seremos mais fortes nos resultados.
É o momento também de aproveitarmos para melhorar a qualificação dos colaboradores com os inúmeros treinamentos on line gratuitos como os produzidos por exemplo pela Escola técnica de Turismo Cieth onde nossos amigos de trabalho talvez até encontrem novas vocações e vontades escondidas dentro de nós por pseudos gestores menos flexíveis. Flexibilidade será a palavra chave da nova forma de administrar.
Falamos também dos eventos e da capacidade instalada dos Conventions Bureaux no Estado do Rio para uma retomada das atividades presenciais com seminários, convenções, workshops já que as empresas estarão ávidas para mostrar suas novas facetas e espero como mudaram. Tais entidades podem servir para serem as aglutinadoras das demandas por região e iniciarem o processo das campanhas publicitárias.
*Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor e integra voluntariamente o Instituto Preservale e a Associação dos Embaixadores de turismo do Rio de Janeiro