De acordo com dados de 2018 do Ministério da Saúde, 19,8% dos brasileiros são categorizados como “obesos”. O número aparece em um crescimento constante, entretanto, estas pessoas são consideradas um grupo minoritário, uma vez que tudo que compõe a sociedade é feito em moldes que correspondem uma outra realidade corporal. Na prática, o resultado são pessoas com dificuldade de passar em catracas, lojas que oferecem tamanhos só até o G e, mais especificamente no mundo das viagens, aviões inteiramente pensados com espaços restritos. Os banheiros e as poltronas da Classe Econômica são extremamente apertados até para quem é magro. Mas um aspecto essencial para a segurança dos passageiros é ainda mais alarmante: em muitas pessoas maiores, o cinto de segurança não fecha.
O cinto do avião não fechou: e agora?
O ideal é que os espaços fossem pensados para receberem pessoas de todos os tamanhos, mas enquanto este futuro não chega, se o cinto do avião não fecha em você, a companhia aérea é obrigada a te fornecer um extensor de cinto de forma completamente gratuita. Todo passageiro tem o direito de viajar com a devida proteção. Há vários registros de casos em que passageiros tiveram que voar (inclusive em trechos longos, internacionais) sem cinto e depois processaram a companhia aérea. Isso jamais pode acontecer.
Com o crescimento do movimento body positive, felizmente, pessoas com corpos que não se encaixam no padrão de beleza e acessibilidade abraçaram o amor próprio. Mas mesmo os passageiros mais empoderados podem se constranger quando chega o momento de pedir o extensor de cinto ao comissário de bordo, o que é uma grande bobagem. É preciso desmoralizar o corpo gordo. Quando um passageiro baixinho precisa de ajuda para acomodar sua bagagem de mão no compartimento, não há vergonha envolvida neste processo. Para a extensão de cinto, deve ser o mesmo.
Se mesmo assim você ainda sentir vergonha quando percebe que o cinto não vai fechar, a melhor dica é ser uma das primeiras pessoas a entrar na aeronave e logo fazer o pedido ao comissário. Quanto antes, melhor. Em muitos relatos, passageiros maiores afirmam que o pior cenário é quando a tripulação está fazendo aquela ronda final antes de decolar para verificar que todos estão acomodados da maneira correta e percebe que você está sem cinto. Dessa forma, você provavelmente chamará mais atenção, porque terá o diálogo do extensor de cinto na frente de todos. Novamente, repetimos que, mesmo neste caso, não deveria haver pudor, mas sabemos que esta ainda não é a realidade para muitos.
Se você não quer passa por este momento de diálogo com um comissário, uma ótima solução é comprar o seu próprio extensor de cinto. Ele é vendido por acessíveis em sites como eBay e AliExpress.
Assento extra
Para muitos, o extensor de cinto é uma necessidade, mas há algumas dicas opcionais que vão te ajudar a ter uma viagem de avião um pouco mais tranquila, como adotar uma estratégia para escolha de assento. Viajantes gordos afirmam que o pior lugar para se sentar é no meio. O que, na verdade, acreditamos que seja um consenso entre todos, independentemente de particularidades corporais.
Se você é um gordo maior e precisa comprar um assento extra, também vamos te ajudar com isso. A ANAC define que: para cada assento adicional necessário, o valor será igual ou inferior a 20% do valor do bilhete aéreo adquirido.
A única companhia aérea brasileira que oferece um atendimento específico para passageiros gordos é a GOL. Você pode conferir a aba dedicada à assistência especial clicando aqui. Ao voar pela companhia, não é cobrada taxa de embarque do assento adicional.
Caso o seu orçamento permita, esqueça tudo isso e simplesmente voe na Primeira Classe ou Classe Executiva.
Fonte: Falando de Viagem