A próxima revolução gastronômica esperada pela comunidade internacional é aquela que virá da América Latina. A previsão, de Antonio Montecinos, assessor internacional da Confederação Pan-Americana de Escolas de Hotelaria, Gastronomia e Turismo, foi feita durante reunião do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada em 9 de maio, no Rio de Janeiro.
“O Brasil é um destino gastronômico interessante para todo o mundo. Possui um patrimônio gastronômico, e será uma potência se estruturar roteiros e destinos de curto prazo”, disse Montecinos, que também é criador e diretor do Centro Empresarial Gastronômico Hoteleiro, no México. O convidado participou da reunião do Conselho relativa aos estudos do macrotema Turismo Receptivo e Capacitação Profissional.
Para o especialista, as riquezas naturais e exóticas do País, como muitos produtos amazônicos, podem ser aproveitadas de forma que toda a cadeia produtiva se beneficie, desde o agricultor até o estabelecimento que vende o produto final. “Sabendo o que oferecer nos roteiros criados, é possível atender a turistas de diversos segmentos, incluindo o de negócios”, disse, para enfatizar a importância da qualificação dos profissionais envolvidos no processo, sobretudo quanto aos domínios de idiomas.
Montecinos também defende a criação de certificações de procedência para serviço e produtos usados na gastronomia, uma forma de valorizar ingredientes regionais usados em cozinhas do mundo todo. “Um ponto em comum dos melhores restaurantes do mundo é que eles vendem produtos nacionais com técnicas internacionais”, explicou. “O cliente busca qualidade de vida, por meio da nutrição, da sustentabilidade, de um bom serviço. Não há turismo gastronômico sem um sistema alimentar sustentável, baseado na viabilidade, das cadeias e custo de produção”, complementou o especialista.
Nova metodologia
O Conselho de Turismo da CNC anunciou, também dia 9 de maio, mudanças na metodologia de trabalho do órgão. O presidente do Conselho, Alexandre Sampaio informou que estão sendo planejadas palestras dos conselheiros em todo o País, em parceria com as Câmaras Empresariais de Turismo instaladas pelas federações do comércio. “Queremos levar a expertise dos conselheiros a outros estados”, disse Sampaio. Devido a essa mudança, as reuniões do Conselho devem ser realizadas quinzenalmente, com um palestrante por encontro, de forma coordenada com as palestras externas dos conselheiros. O próximo trabalho do Conselho de Turismo da CNC será um estudo sobre Turismo de Fronteira.
O Conselho de Turismo da CNC também apresentará, no início do segundo semestre do ano, um balanço sobre os estudos do macrotemas e sobre quais os projetos em trâmite no Congresso Nacional aproveitaram a massa crítica produzida pelo grupo.
Fonte: CNC