Bayard Boiteux

Rio se despede de sua maior feira de turismo

A 40ª edição da Abav 2012 – Feira das Américas e o Congresso Brasileiro de Agências de Viagens começaram anunciando sua despedida do Rio de Janeiro e sua ida para São Paulo. Foi um início com a sensação de fim. Mas o que esta edição mostrou foi uma Abav renovada. A Vila do Saber foi um dos grandes acertos deste ano, e já se espera sua reedição em 2013. A ideia de unir o Congresso à Feira deu certo – iniciativa da nova gestão da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), promovida pelo sistema CNC-SESC-SENAC, que aposta na formação e na atualização do profissional de turismo, preparando-o para as constantes mudanças do cenário.

Na Vila do Saber o Sistema CNC-SESC-SENAC mostrou que tem muito a ensinar. O Sesc deu muitas aulas, principalmente quando a matéria foi o turismo social, mostrando que sabe do que está falando, tanto na prática – da qual é pioneiro e líder, como principal operador no Brasil – como na teoria, com profissionais qualificados e grandes conhecedores do tema.

Turismo Social um novo olhar sobre a atividade que responde a demandas do mercado

O Sistema CNC-SESC-SENAC apresentou o Turismo Social como uma tendência que responde a necessidades de mercado. Primeiro, por atender às classes sociais em ascensão, que incluem a atividade em seu pacote de consumo; segundo, por atender aos novos tipos de turistas, que procuram um consumo diferenciado, ou, ainda, um turismo preocupado com suas necessidades, como é o caso do público da terceira idade, também em ascensão.

O especialista no assunto, o mexicano Sergio Rodriguez Abitia, que presidiu a Organização Internacional de Turismo Social (OITS) e trabalhou como agente de viagens, afirma que a atividade “não é um produto para pessoas pobres, e sim uma forma de viajar em que existem ambições humanas e sociais”. A discussão do turismo social ampliou-se e, hoje, além de democratizar o acesso ao turismo para as classes com recursos limitados, apresenta uma compreensão do turismo que “abrange noções como direito ao turismo, acessibilidade, integração, respeito mútuo e promoção do desenvolvimento pessoal, social e comunitário”, como afirmou Carlos Henrique Falcão, especialista em turismo social do Sesc e professor universitário da área que palestrou sobre o tema no último dia da Abav.

Hospedando os trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo

A rede hoteleira do Sesc conta com 43 meios de hospedagem, dispondo de 5.614 quartos e 17.697 leitos. Em 2011, essa rede hoteleira recebeu cerca de 800 mil hóspedes para pernoite, com um total de mais de dois milhões de atendimentos, incluindo passeios de um dia e estadias, atingindo uma ocupação média de quase 60%. Os dados foram apresentados pela técnica de turismo social do Sesc, Patrícia Carmo dos Santos, em palestra realizada na sexta-feira na Vila do Saber.

Parcerias para promover os meios de hospedagem

O Sistema CNC-SESC-SENAC também trouxe para o espaço Vila do Saber contribuições da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), uma das entidades associadas à CNC, que realizou duas palestras no último dia da Abav.

A FNHRBS apresentou dois produtos aos hoteleiros. Um deles foi o Acessa Hotel – ferramenta para conectar micros, pequenas e médias empresas de hospedagem à internet, ofertando website, acesso a canais de venda na internet e um sistema próprio de reservas. Outra proposta da entidade foi apresentada em palestra sobre modernização dos meios de hospedagem por meio de projetos de eficiência energética, com o Programa Pró-Hotéis, que realiza diagnóstico técnico e estudo de financiamento para modernizar as instalações, tornando-as mais sustentáveis e reduzindo custos com energia elétrica e água, entre outros.

Segundo o presidente da FNHRBS, Alexandre Sampaio – que também é presidente do Conselho de Turismo e coordenador da Câmara Empresarial de Turismo (CET), da CNC –, a ideia é auxiliar na modernização e no crescimento dos negócios. “O sistema de contato e reservas da maioria das hospedagens brasileiras ainda está longe da era da internet. Temos centenas de milhares de estabelecimentos com boa infraestrutura e ótimos preços espalhados pelo País, mas que são difíceis de ser encontrados pelos turistas brasileiros e estrangeiros”, exemplificou.

Fonte: CNC

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